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sábado, 9 de abril de 2016

Supremo Homologa delação que cita campanha de Dilma

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a delação dos executivos da Andrade Gutierrez que cita campanhas eleitorais da presidente Dilma Rousseff, segundo fontes com acesso às investigações. Entre os depoimentos homologados estão às colaborações do ex-presidente da empresa Otávio Azevedo e do ex-xecutivo Flávio Barra.
No total, 11 executivos da empresa, a segunda maior empreiteira do Brasil, participaram de depoimentos em colaboração com a Justiça, segundo fontes com acesso ao caso. Os nomes de funcionários da empresa foram apontados pelo próprio ex-presidente Otávio Azevedo.
Nos depoimentos, os executivos relataram que a companhia realizou pagamentos diretos à empresa contratada pela campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Azevedo contou ainda que sua empresa participou de esquemas em outras obras, além da Petrobras, como estádio da Copa do Mundo e obras relacionadas à usina de Belo Monte – a delação aponta pagamento de cerca de R$150 milhões em propina na obra de Belo Monte.
Segundo reportagem da revista Veja e do jornal Folha de S. Paulo, os delatores também afirmaram que recursos de propina abasteceram a campanha à reeleição da petista em 2014. Eles teriam entregues planilhas e informações no curso da delação para comprovar as afirmações.
De acordo com o jornal, Azevedo fez uma planilha com os valores de doação e apontou R$15,7 milhões para a campanha presidencial de 2010 e R$34,68 milhões para a de 2014.
Os recursos foram registrados como doações legais, mas, segundo o executivo, R$10 milhões das doações da última campanha têm origem em superfaturamento de contratos em três obras: Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), Angra 3 e a hidrelétrica de Belo Monte.

Palocci e Erenice
O esquema delatado teria sido estruturado com ajuda do ex-ministros Antonio Palocci em 2010 e Erenice Guerra em 2014. O PMDB também teria recebido doações legalmente registradas com dinheiro de propina. Já Flávio Barra confirmou os repasses de dinheiro em depoimento à Procuradoria-Geral da República. Azevedo e Barra chegaram a ser presos, mas estão soltos.
A partir de agora, a Procuradoria-Geral da República pode solicitar abertura de inquéritos ou oferecer denúncias com base nos indícios apontados pelos delatores. As informações relativas à campanha de 2014 também devem ser usadas nos processos que correm no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pedem a cassação da chapa da presidente Dilma e do vice-presidente Michel Temer.

Os advogados da Andrade Gutierrez disseram que ainda não foram informados oficialmente sobre a homologação. Em nota, a coordenação da campanha de Dilma informou que “toda a arrecadação foi feita de acordo com a legislação eleitoral em vigor”.

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